terça-feira, 31 de maio de 2011

Josep Guardiola é o meu gestor do mês!

Márcio Lopes, 31.05.2011

Quem nunca fez um comparativo entre o mundo corporativo e alguma atividade esportiva? Eu, com certeza, não vou ser o primeiro nem vou ser o último, então vamos nessa. Mesmo que você não goste, não entenda e nem dê a mínima “lhufas” para o esporte mais popular do mundo, o futebol, ou mesmo só se dê conta e passe a acompanhar em Copa do Mundo, já ouviu ou leu sobre o Barcelona Futebol Clube. Parabéns ao clube que vem de uma final arrasadora na Champions League, humilhando o Manchester United. E que jogo, que campeonato, que time. Parabéns ao grupo pelo previlégio que nos tem dado em ver as suas apresentações.

Mas, ao ver a partida e, consequentemente, a premiação, não pude deixar de admirar e começar a olhar com mais atenção algumas figuras deste espetacular time, que, com toda certeza, nos fazem remeter ao nosso mundo corporativo.

Josep Guardiola, uma prata da casa, um treinador (gestor) que não teve grandes experiências anteriores, mas que recebeu um voto de confiança para dirigir uma equipe com projeção global. Ele começou de baixo e logo lhe foi dado o maior desafio da sua vida, o de dirigir o Barça. Um time repleto de estrelas, com vaidades, manias, necessidades de títulos, torcedores fanáticos, todo um mundo corporativo e seus complexos steakholders envolvidos. E que pressão! E o que nosso amigo fez? Assumiu o desafio e foi além! Trouxe de imediato, resultados fantásticos e, acima de tudo, conseguiu trazer a magia e o espetáculo de se ver futebol.

Como o próprio site do Barcelona diz “Guardiola só entende uma forma de jogar futebol, que é atacar, manter a posse e passar a bola para que a outra equipe tenha de correr atrás dela. Essa é a maneira que seu Barça joga, assim como fiz com o Atletic Barça, e eles tiveram mais posse de bola e mais chutes ao gol do que praticamente todas as equipes contra as quais jogaram. Ele aprecia o talento de seus jogadores, mas ele coloca o trabalho duro e do sacrifício individual para a causa comum em primeiro lugar. Ele vê o futebol como um esporte em que a equipe tem a responsabilidade final pelos resultados e por isso é também o líder do esquadrão (www.fcbarcelona.com ).”

O time tinha em campo quase que 70% de jogadores vindos das divisões de base. E o que isso significa? Significa que a paciência, o investimento, o treinamento e o desenvolvimento de seus jovens talentos transformou aqueles jovens promissores em uma atual realidade. Tendo, atualmente, alguns dos melhor do mundo entre eles. Sendo, inclusive, a base da seleção nacional campeã do mundo na última Copa. Um time que está junto há algumas temporadas, mesmo com algumas derrotas.

Olhe a sua volta e veja na sua Organização o alto índice de turnover ou o número excessivo de profissionais vindos de fora, que não incorporaram a “cultura”, o “DNA” da Organização e que passam uma chuva por lá até serem “convidados” para um novo desafio. Buscar o equilíbrio dentro da equipe é o ponto chave para resultados de médio e longo prazos.

Quando o jogo estava para terminar, ele (Guardiola) convoca o Capitão e um dos líderes do time, Puyol, que estava contundido nesta última partida, para entrar e jogar os 15 minutos finais e por a braçadeira de Capitão e levantar a taça do jogo mais importante. Reconhecendo a efetiva importância do líder em campo. E o que faz Puyol na hora de receber a taça? Passa a braçadeira para Abidal, jogador que teve um grave problema no meio da temporada, se abstendo do momento máximo do time naquele momento. Que senso de grupo é esse? Que grupo é esse que tem os melhores dos seus respectivos países e ainda consegue ter a humildade e o sacrifício pelo grupo? Que animação e vibração é aquela que todos tinham quando faziam um gol? Conseguimos ter este espírito competitivo e companheiro na nossa Organização?

O que falar então da forma de jogar? Entra jogador sai jogador e o time tem um padrão. Os processos e os resultados são os mesmos. A disciplina e, acima de tudo, o senso comum de todos é a coletividade, apesar de espetaculares jogadas individuais. Mas somente quando existe a possibilidade real. E como está o seu senso de coletividade no grupo? Sabe onde seu time quer e pode chegar?

É um time que chega a humilhar o outro sem se mostrar arrogante. Simplesmente jogando um futebol limpo, objetivo e, acima de tudo, focado no resultado: a vitória! Um time que não joga sujo, faz poucas faltas e prova que pode ser campeão seguindo a filosofia romântica do futebol.

E ai vem o meu questionamento, em que time você joga ou quer jogar? Tá a fim de que sacrifícios ou investimentos pelo grupo? Já teve um “Guardiola” como treinador?

Uma boa semana para todos!

Disponível em http://genteemercado.com.br/2011/05/31/josep-guardiola-e-o-meu-gestor-do-mes-2/

quarta-feira, 4 de maio de 2011